Caiado critica PEC da Blindagem após União Brasil votar em maioria por proposta: "Convite para o crime organizado entrar no Congresso"
Governador de Goiás criticou proposta e disse que é "um convite para o crime organizado entrar no Congresso"

Foto: Valter Camargo/Agência Brasil
O governador de Goiás e pré-candidato à Presidência da República pelo União Brasil, Ronaldo Caiado, criticou a PEC da Blindagem nesta quinta-feira (18), depois do projeto ser aprovado na Câmara dos Deputados com praticamente a totalidade dos votos do partido dele no dia anterior.
Para Caiado, o projeto é "um convite para o crime organizado entrar no Congresso" e uma maneira de os parlamentares se afastarem das reais necessidades da sociedade. O posicionamento foi divulgado nas redes sociais do parlamentar.
O governador de Goiás ainda acrescentou que o texto da PEC abre portas para os chefes de facções criminosas entrarem na política institucional do Brasil, com intenção de escapar do alcance da Justiça.
"Espero que o Senado corrija o erro da Câmara e rejeite a proposta", segundo o governador. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que também é da União, enviou a PEC para a Comissão de Constituição e Justiça, para seguir o trâmite normal do processo.
A PEC da Blindagem foi aprovada em dois turnos na Câmara, em sessão estendida até depois da meia-noite de quarta, com votação remota permitida. O União Brasil deu 53 votos favoráveis e somente quatro contra, ficando atrás somente do PL, que deu 83 votos favoráveis á proposta e nenhum contra.
O texto visa que, para processar deputados e senadores no Supremo Tribunal Federal (STF), será preciso uma prévia autorização da Câmara ou do Senado. Além do mais, a votação poderia acontecer em formato sigiloso, sem transparência para a população.
Críticos destacam que a medida dificulta a responsabilização de parlamentares em casos de corrupção e fragiliza o combate à criminalidade no Congresso Nacional.
Confira a nota de Caiado na íntegra:
“A PEC da Blindagem, se for mesmo aprovada, representa o divórcio do Congresso Nacional com o povo brasileiro e terá consequências nefastas para a política nacional. Ela é um convite para o crime organizado entrar no Congresso pela porta da frente, disputando voto nas urnas, para proteger os chefes das facções do alcance da justiça. Espero que o Senado corrija o erro da Câmara e rejeite a proposta".