Caso Mari Ferrer: Juiz determina “estupro culposo” e gera revolta
Após audiência, réu foi absolvido

Foto: Reprodução
A decisão do promotor responsável pelo caso da influencer Mariana Ferrer, de 23 anos, gerou nesta terça-feira (3), indignação nas redes sociais. Na audiência, o promotor alegou que André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a jovem em uma festa que ocorreu em 2018, cometeu um “estupro culposo”, um “crime” não previsto na lei brasileira.
Ainda na decisão, o promotor disse que não havia como o empresário saber, durante o ato sexual, que Mari não estava em condições de consentir a relação, não existindo assim “intenção” de estuprar. Com isso, como ninguém pode ser condenado por um crime que não existe, o réu foi absolvido. O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, responsável pela defesa do empresário, mostrou várias fotos de Mariana durante a audiência e definiu as imagens como “ginecológicas”.
Além disso, ele também disse que “jamais teria uma filha do nível” de Mariana. Bastante incomodada, a influencer respondeu dizendo que está de roupa nas fotos e que elas “não têm nada demais”. A jovem ainda argumentou: “A pessoa que é virgem, ela não é freira não, doutor. A gente está no ano 2020”.
Contudo, ele continuou atacando Mariana. “Só aparece essa sua carinha chorando. Só falta uma auréola na cabeça. Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso, e essa lágrima de crocodilo”.
Após essas falas, um dos membros do Tribunal de Justiça percebeu que Mariana chorava muito ao ouvir as palavras e perguntou se ela quer sair um pouco para se recompor. Apesar de estar claramente emocionada, ela respondeu às alegações. “Eu gostaria de respeito, doutor. Excelentíssimo, eu estou implorando por respeito no mínimo. Nem os acusados, nem os assassinos são tratados da forma que eu estou sendo tratada gente, pelo amor de Deus. Eu sou uma pessoa ilibada. Nunca cometi crime contra ninguém”, disse.
Após a audiência, divulgada pelo The Intecept Brasil, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santa Catarina e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos solicitaram esclarecimentos ao advogado e ao TJ de Santa Catarina sobre a sua conduta durante o interrogatório.