Com aumento de busca por fornecedores alternativos, preço do trigo dispara
Grandes importadores têm buscado outras opções desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia

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O trigo sofreu a maior alta permitida pela bolsa de Chicago nesta semana. O conflito entre a Rússia e a Ucrânia interrompeu os embarques, e isso tem feito grandes importadores do produto buscarem alternativas.
Uma dessas possibilidades é a Índia que está em negociações finais para exportar o trigo para o Egito, maior importador do produto. China e Turquia também estão negociando a compra no exterior. Argélia, Egito, Jordânia e Marrocos, e outros grandes compradores, “continuarão adquirindo trigo porque precisam manter seus estoques”, escreveu Tobin Gorey, estrategista de agricultura do Commonwealth Bank of Australia, em relatório.
A colheita do trigo de inverno na Ucrânia, que estava prevista para julho deste ano, não sairá dos campos. Além disso, há péssimas perspectivas de produção para as safras de milho e girassol, que serão plantadas em breve, visto que a guerra corta as ligações de transporte, logística e suprimentos de sementes e fertilizantes. Os portos estão parados.
Com a oferta de grãos paralisada, a demanda por grãos dos EUA deve aumentar, segundo previsão de Karl Setzer, analista da AgriVisor LLC. E há também a seca persistente em regiões importantes de cultivo do cereal nos EUA, que coloca em dúvida o tamanho da produção e causa uma alta generalizada no preço, disse Stezer.
Os contratos de compra estabelecidos paras colheitas futuras chegaram a subir 8%, para US$ 11,4875 por bushel, o máximo nível permitido pela bolsa. Na semana passada, esses contratos haviam recuado quase 4%. Os contratos futuros de milho subiram até 2,9%, e a soja foi avançou 2,2%.
O que pode ajudar a melhorar essa situação é a um aumento da produção do trigo no Canadá. E a esperança de alguns carregamentos de grãos da Rússia, que estão sendo escoltados pelo Mar Negro, chegarem aos importadores.