Comando Vermelho reage a operação no Rio e tenta mobilizar moradores para "guerra"
Ação com 2,5 mil agentes teve confronto intenso nesta terça-feira (28)

Foto: Reprodução/TV Globo
A operação deflagrada pelas forças de segurança do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha, nesta terça-feira (28), provocou forte reação do Comando Vermelho (CV) e se tornou uma das maiores mobilizações policiais já realizadas no estado. Ao todo, 2,5 mil agentes civis e militares participaram da ação, que resultou na morte de 56 civis e 4 policiais, juntamente com 81 prisões, incluindo lideranças da facção.
Durante a madrugada, a ofensiva policial desencadeou uma série de confrontos. Criminosos ergueram barricadas, incendiaram vias de acesso e chegaram a lançar explosivos com o uso de drones contra equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). As cenas de fumaça e fogo se espalharam por vários pontos da Zona Norte, obrigando escolas e postos de saúde a suspenderem o atendimento.
Mensagens atribuídas ao Comando Vermelho circularam em grupos de comunicação da facção, convocando moradores e mototaxistas a reagirem à presença das forças de segurança. Os textos pediam que a população registrasse vídeos e bloqueasse vias importantes, como as linhas Amarela e Brasil, para dificultar o avanço dos policiais e permitir rotas de fuga aos criminosos.
Confira mais na imagem abaixo:

Entre os mortos estão dois policiais: Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, conhecido como Máskara, chefe da 53ª Delegacia de Polícia, e Rodrigo Velloso Cabral, da 39ª DP. Ambos foram baleados em diferentes pontos das comunidades.
Durante entrevista no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), o governador Cláudio Castro destacou a dimensão da operação, classificando-a como “a maior já realizada no estado”. Segundo ele, a estratégia priorizou áreas de mata para minimizar os riscos à população civil. Castro afirmou que o objetivo da ação é romper com o domínio territorial do Comando Vermelho nas 26 comunidades que compõem os complexos do Alemão e da Penha.
No mesmo momento, o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, foi informado da prisão de Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão do Quitungo”. Apontado como braço direito de Edgard Alves de Andrade, o Doca, uma das principais lideranças do CV, Belão é suspeito de coordenar a distribuição de armas e drogas, além de ordenar execuções de rivais.
A investigação, conduzida pelo Gaeco do Ministério Público do Rio, indica que o Complexo da Penha se consolidou como um ponto estratégico do tráfico, com fácil acesso a vias expressas e ligação direta com outras regiões da capital e estados vizinhos. As forças de segurança continuam monitorando possíveis rotas de fuga e investigam o conteúdo das mensagens que circularam entre membros da facção.


