Crise econômica causada por Covid tira 6,6 milhões de mulheres do emprego
Número de trabalhadoras é bem manior do que o de homens

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A taxa de desocupação entre mulheres (16,4%), no quarto trimestre de 2020, foi maior do que entre homens (11,9%), segundo apontou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pesquisadores afirmam que essa é uma consequência da crise sanitária, que atingiu em especial as mulheres chefes de família. Entre o quarto trimestre de 2019 e o mesmo período de 2020, foram 6,6 milhões de mulheres que deixaram a força de trabalho, enquanto no caso dos homens, foi 4,2 milhões.
Em entrevista ao Correio Braziliense, a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Joana Costa, afirma que “a crise econômica gerada pela pandemia é muito atípica, por aumentar não só o desemprego, como a inatividade, em especial, em relação às mulheres”. “Essa não é uma característica do Brasil; é do mundo inteiro”, diz.
Para ela, um dos maiores fatores que explicam a permanência de mulheres em casa e sem procurar emprego é o fechamento de creches e escolas, o que sobrecarrega também o trabalho doméstico.
Também ouvida pela reportagem, a pesquisadora do Ipea, Maria Andreia Lameiras, explica que a pandemia aprofundou as diferenças e o caminho de igualdade no mercado de trabalho se tornará mais difícil.