Editorial
Confira o editorial desta quarta-feira (24)
FOTO: Divulgação
Estudos realizados por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) indicam que pacientes infectados pelo vírus SARS-CoV-2 podem vir a apresentar distúrbios neuropsiquiátricos.
Os sinais de alterações – associados alcoolismo, autismo, depressão, distúrbios do sono, esquizofrenia, síndrome do pânico e transtorno bipolar – encontrados na pesquisa são alarmantes e pertinentes indicativos para que seja concluída e, o quanto antes, difundida para e buscar soluções.
Em amostras colhidas de pacientes com covid-19, foram identificadas mudanças na quantidade de RNAs e proteínas, similares às encontradas nas doenças neuropsiquiátricas.
Segundo os pesquisadores, não se trata de uma mutação genética, mas de “alterações moleculares similares a quadros patológicos em genes conhecidos por terem associação com doenças neuropsiquiátricas”.
E ponderam que o vírus SARS-CoV-2 não causa alteração genética no homem. O que identificaram foram alterações no nível de expressão de genes, o que ocorre em diversos tipos de eventos patológicos e que podem resultar em eventos neuropsiquiátricos.
A pesquisadora observa que as alterações na ‘expressão dos genes’, identificadas no trabalho, são evidentes, pois as análises foram feitas de forma comparativa entre amostras de pacientes com covid-19 e de pessoas saudáveis.
Outro ponto importante da descoberta é que aconteceu em grupos de pessoas mais jovens, sem fatores de risco evidentes, que também vem apresentando mudanças comportamentais. É o público que apresenta índice mais elevados de depressão profunda, distúrbios do sono, aumento no consumo de álcool e ansiedade, por exemplo.
Os dados obtidos no trabalho permitem afirmar que indivíduos que já tiveram covid-19 podem apresentar um risco potencial de desenvolver essas doenças neuropsiquiátricas. Isto ajuda a explicar os dados clínicos e epidemiológicos de pessoas acometidas pela doença, também revisados na pesquisa.
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