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Em encontro presencial, Lula deve alertar Trump que ação militar dos EUA na Venezuela pode desestabilizar a região

Trump confirmou ter autorizado a CIA a realizar operações secretas na Venezuela

Por FolhaPress
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Em encontro presencial, Lula deve alertar Trump que ação militar dos EUA na Venezuela pode desestabilizar a região

Foto: Ricardo Stuckert/PR | Daniel Torok/Official White House

PATRÍCIA CAMPOS MELLO E RICARDO DELLA COLETTA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende argumentar, em uma eventual reunião presencial com o americano Donald Trump, que ações militares dos EUA na Venezuela levariam à desestabilização de governos de diversos países e teriam consequências graves para toda a região.

Lula também deve afirmar a Trump que uma intervenção com o objetivo de "mudança de regime" (troca de governo) na Venezuela pode ter efeitos contrários aos que o republicano alega estar buscando. Segundo um alto funcionário do governo brasileiro, Lula pretende passar a mensagem de que qualquer ataque contra o território venezuelano vai causar instabilidade em toda a região, o que levaria ao fortalecimento do crime organizado e do tráfico de drogas na América Latina.

Na quarta-feira (15), Trump confirmou ter autorizado a CIA, a agência de espionagem americana com longo histórico de interferência na América Latina, a realizar operações secretas na Venezuela com o objetivo de derrubar o ditador Nicolás Maduro. O governo americano direcionou vários navios de guerra para o mar do Caribe e, atualmente, mantém ao menos dez embarcações na região. Os EUA têm atacado embarcações venezuelanas, afirmando serem narcoterroristas.

Ainda não está definido onde e quando Trump e Lula vão se encontrar, na aguardada reunião que está sendo preparada desde que os dois líderes se falaram nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.

O governo brasileiro gostaria que a reunião bilateral se realizasse ainda neste ano, para não deixar que as pressões políticas do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) possam voltar a azedar a relação.

Na percepção de um integrante do governo, o Brasil tem sido bem-sucedido em descontaminar a agenda bilateral de assuntos de política interna, e está confiante na realização de um encontro entre os dois presidentes para discutir a retirada das tarifas e sanções contra o país.

Ainda há esperança de conciliar agendas para que os dois líderes se reúnam às margens da reunião da Asean na Malásia, nos dias 26 ou 27 de outubro, na semana que vem.

Um plano B seria um encontro durante a Cúpula das Américas que vai ser realizada em Punta Cana, na República Dominicana, no início de dezembro. Os presidentes americanos costumam participar do evento, mas Trump ainda não confirmou sua ida. Ele cancelou em cima da hora sua participação na cúpula de Lima, no Peru, em 2019.

A Cúpula das Américas deste ano é vista com ressalvas pelo governo brasileiro, porque, em resposta a pressões dos EUA, o governo dominicano não convidou Cuba, Venezuela e Nicarágua. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, já anunciou boicote à cúpula por causa disso.

Segundo a Folha revelou, em telefonema com Trump na semana passada. Lula abordou com o americano a necessidade de uma "saída diplomática" na Venezuela.

Embora a oposicionista venezuelana Maria Corina Machado tenha saído fortalecida ao ser laureada com o Prêmio Nobel da Paz, o governo brasileiro acredita que ela não tem representatividade no país. Na percepção do Brasil, não existe movimento político na Venezuela forte o suficiente para substituir o chavismo-madurismo.

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