Endividamento das famílias chega a 49,5% e juros sobe 8,2 pontos em 2022
Comprometimento da renda familiar com dívidas com instituições financeiras é de 28,2%, diz BC

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O endividamento das famílias brasileiras alcançou 49,5% da renda acumulada nos doze meses anteriores, de acordo com dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira (27). O número representa uma leve alta, de 0,3 pontos percentuais na comparação com o mês anterior.
O levantamento aponta que o comprometimento da renda familiar com dívidas com instituições financeiras ficou em 28,2% no período.
O custo de crédito é um dos principais fatores para alta no nível de endividamento. Os dados do BC mostram que a taxa de juros e o nível da inadimplência cresceram no ano passado.
Segundo o BC, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em suas operações com pessoas físicas e com empresas registrou alta de 8,2 pontos percentuais no ano de 2022 e chegou a 42% ao ano em dezembro.
Quando são consideradas apenas as operações com pessoas físicas, a taxa de juros alcançou 55,8% no ano, elevação de 10,8 pontos percentuais no ano. O destaque é o aumento do juro no crédito pessoal consignado, em 5,1 pontos percentuais. A taxa de inadimplência encerrou o ano em 4,2%, aumento de 1,1 ponto percentual em relação ao final de 2021.
Maior patamar desde 2010
Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), divulgada na segunda-feira (23), revelou que, a cada 100 famílias, 78 se endividaram em 2022 no Brasil, maior patamar desde 2010. Despesas são referentes a modalidades como cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, carnês, funcionamento de carro, casa e outros tipos de dívidas.