Estudo mostra como sinais de ansiedade e depressão aparecem com os apps de relacionamento
Pesquisa entrevistou 243 pessoas, em média, com 30 anos de idade

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Um novo estudo feito no Canadá aponta que o uso prolongado de aplicativos de relacionamento aumenta as chances de um diagnóstico de ansiedade ou depressão —ao mesmo tempo em que quem tem as doenças não consegue usufruir tão bem das ferramentas. Os pesquisadores, para chegar a essa conclusão, entrevistaram 243 pessoas com, em média, 30 anos de idade.
Segundo os responsáveis pelo estudo, todas as pessoas entrevistadas receberam um dólar como incentivo a participar da pesquisa e foram submetidas a uma bateria de perguntas. Algumas tinham como objetivo traçar o jeito que elas flertavam (quais eram os objetivos delas nesses apps? A pessoa puxava conversa ou esperava um interessado chamar?). Outras ajudavam a diagnosticar clinicamente traços de depressão e ansiedade nos entrevistados.
Os resultados da pesquisa foram cruzados. Os dados apontaram que, quem está há mais tempo nos apps costuma ter mais chances de também contar com sintomas tanto de depressão quanto de ansiedade. Também ficou registrado que, quem era diagnosticado com sintomas depressivos, costumava estar nos apps para procurar uma "validação de autoestima" e "sexo casual".
De acordo com o estudo, quem tinha sinais clínicos de ansiedade tendia a sinalizar que estava ali pela adrenalina da situação toda.
Os dados mostram que apesar de serem justamente parte do grupo que procura apps de relacionamento, porque por ali a comunicação é mais fácil, homens ansiosos ou depressivos tinham menos chances de puxar conversa, mesmo depois de dar match, quando comparados com os rapazes que não demonstravam sintomas.
"Isso sugere que homens depressivos talvez se exponham aos malefícios do uso desses apps sem se aproveitar dos benefícios de criar novas conexões. Nossos resultados apontam que sintomas de ansiedade e depressão podem sim ser relacionados com a procura por apps de relacionamento ", afirmam os pesquisadores em sua conclusão.
"No entanto, não conseguimos cravar se pessoas com esse perfil costumam procurar os aplicativos, ou se os próprios aplicativos ajudaram a desenvolver alguns desses sintomas", acrescentam.