Expectativas que vêm do agro

Os meses de abril e maio foram péssimos em diversas naturezas ao Brasil. É claro, foram meses em que a covid-19 de fato avançou pelo país. Então a pandemia trouxe caos econômico e, lastimavelmente, político, justamente num momento em que se esperava a união entre os Poderes e soluções conjuntas à crise. Agora em meados de junho, a boa notícia, aliás, duas, vem do agronegócio: nova estimativa de crescimento do PIB e inovação que pode impulsionar o chamado  etanol de 2ª geração.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) prevê crescimento de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário em 2020, com base nos levantamentos de safra do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa deve ser vista com otimismo se considerar o panorama mundial: um ano estilhaçado pela pandemia e estimativa de recuo de 3% do PIB mundial.

Caso o Brasil busque ainda pela locomotiva econômica para trilhar o país rumo à reestruturação pós-pandemia, deve mesmo apostar na agricultura. Com a safra encerrada, os números apresentados pelo IPEA mostram um ótimo desempenho da soja, principalmente: crescimento da colheita em 6,7%. Outros destaques, segundo as projeções do IPEA para este ano, serão o café em grão, com evolução de 15,5%, a laranja com 4,4% e o arroz em casca com 3,5% de aumento.

Quanto à boa notícia no setor de biocombustível, trata-se de um avanço em pesquisas protagonizados pela Embrapa Agroenergia e do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), que juntos desenvolveram um mix de enzimas que transforma a celulose do bagaço de cana em glicose para produção de combustível. 

É um passo à diante na produção do etanol de 2ª geração, cuja inovação pode reduzir em até 30% o custo atual no exterior, preservando riqueza aqui dentro do país e aumentando a competitividade na produção do novo tipo de combustível.

Mais do que boas notícias, são duas estratégias econômicas que podem guiar ao Brasil com perspectivas em meio à crise da covid-19.