FCA propõe fusão com a Renault

Caso a Renault aceite os termos, a parceria resultaria no terceiro maior grupo automobilístico do mundo

[FCA propõe fusão com a Renault]

FOTO: Divulgação

A semana começou agitada no mercado automotivo mundial. Logo pela manhã de hoje (27), o Grupo FCA (Fiat Chrysler Automobilies) divulgou um comunicado que confirma ter feito uma proposta de fusão com o Grupo Renault.

 

A proposta feita pela FCA diz que: "o novo grupo pertenceria 50% aos acionistas da empresa ítalo-americana e 50% aos acionistas da montadora francesa".


Caso a Renault aceite os termos, a parceria resultaria no terceiro maior grupo automobilístico do mundo, com vendas anuais superiores a 8,7 milhões de veículos. O grupo ficaria atrás apenas de Volkswagen, com vendas anuais em torno de 10,6 milhões e Toyota com 10,59 milhões.

 

O conselho de administração da Renault se reunirá durante o dia para definir uma posição, mas a expectativa é que a decisão saia em alguns dias ou até mesmo dentro de algumas semanas. Procurada pela nossa redação, a Renault disse que ainda terá um posicionamento sobre o assunto (tão logo seja divulgado, incluiremos aqui).

 

Com capital italiano e norte-americano, o Grupo FCA é visto com bons olhos por executivos da marca francesa e também pelo governo. Com forte presença em todo o mundo, a parceria poderia resultar em um alcance de regiões estratégicas, o que alavancaria ainda mais o número de vendas. Atualmente, a Renault não tem presença nos Estados Unidos, a não ser com a Mitsubishi e Nissan, parte da aliança estratégica. Em outros mercados a Renault teve crescimento considerável nos últimos anos, especialmente na América Latina e no Leste Europeu, além da China. 

 

O Grupo FCA ainda explicou que caso a francesa Renault aceite os termos, as ações teriam cotações na bolsa de valores de Nova Iorque (EUA) e Milão (Itália). Logo após o anúncio, as ações da Fiat Chrysler subiram 18% enquanto a Renault avançou 13% em Milão.

 

O governo francês já se mostrou favorável a fusão, mas com ressalvas. Segundo Sibeth Ndiaye, porta-voz do governo “é necessário que as condições da fusão sejam favoráveis ao desenvolvimento econômico da Renault e evidentemente aos funcionários da Renault", comentou em uma coletiva de imprensa.

 

Em visão de mercado, a parceria seria benéfica para ambos os lados. A Renault tem tecnologia mais avançada para o estudo e desenvolvimento de motores elétricos, que está cada dia mais em pauta e o Grupo FCA, além de ter boa participação no mercado norte-americano, tem uma gama completa de veículos 4x4, mercado ainda inexplorado pela Renault, que por sua vez depende das empresas que fazem parte da aliança. 

 

Relação abalada

O maior impasse fica por conta da parceria existente entre Renault-Nissan-Mitsubishi. Hoje as três montadoras juntas superam a Volkswagen no número de vendas. Apesar disso o mercado norte-americano ainda não é o ponto forte das três montadoras, o que “abre as portas” para a Aliança.

 

Desde a prisão de Carlos Ghosn, a relação entre Renault e Nissan está abalada. O ex-presidente da Renault foi demitido em novembro passado, após sua prisão por denúncias de corrupção e uso inapropriado do cargo para obter benefícios pessoais, bem como por fraude ao fisco japonês. Segundo fontes ligadas a marca, a Nissan estava por trás das revelações que desencadearam as investigações.
 

Atualização (13:10h)

Em nota divulgada há pouco, a Renault comentou "Após rever atentamente os termos desta proposta amigável, o Conselho de Administração da Renault decidiu estudar com interesse a oportunidade de uma aproximação, para fortalecer a presença industrial do Grupo Renault e gerar valor adicional para a Aliança.


Posteriormente, será emitido um comunicado para informar ao mercado sobre os resultados destas discussões em momento oportuno, de acordo com as leis e regulamentos aplicáveis."

 

A Aliança citada em nota pela montadora francesa, trata-se da parceria entre Renault-Nissan e Mitsubishi.


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