Juiz pede mais tempo para analisar processo de extradição de Zambelli na Itália; deputada seguirá presa
Defesa de Zambelli solicitou que ela aguardasse em liberdade por questões de saúde, mas pedido foi negado em audiência nesta quarta-feira (27)

Foto: Reprodução/TV Globo
A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) seguirá presa na Itália enquanto a Justiça analisa o processo de extradição para o Brasil. A decisão foi tomada em audência nesta quarta-feira (27), depois que o juiz do Tribunal de Apelações de Roma solicitou mais tempo para avaliar os documentos do caso.
A defesa de Zambelli havia solicitado que ela aguardasse em liberdade, devido questões de saúde. O pedido foi negado, o que mantém a parlamentar presa até um parecer. Segundo a Justiça, a decisão pode sair ainda nesta quarta.
Em entrevista na saída da sessão, em Roma, os advogados de Zambelli afirmaram esperar que ela seja solta "a qualquer momento".
Há duas semanas, Zambelli chegou a ir ao mesmo tribunal, mas alegou estar passando mal. A audiência então foi adiada para esta quarta. Na ocasião, a juíza responsável solicitou uma perícia médica, da qual participaram o médico da defesa e outro do governo brasileiro. Ambos chegaram à conclusão de que ela tinha condições para permanecer presa e que está sofrendo de depressão.
Foragida do Brasil, Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Dias após a condenação, ela deixou o país e informou que estava na Itália, por ter dupla cidadania.
O ministro do STF Alexandre de Moraes expediu um mandado de prisão contra a deputada, que teve o nome inserido na lista da Interpol. O pedido de extradição de Carla Zambelli foi oficializado no dia 11 de junho. Ela foi presa na Itália no dia 29 de julho.
A Corte Suprema da Itália estabelece que um pedido de prisão incluído na lista vermelha da Interpol, como é o caso de Zambelli, equivale a um pedido de prisão internacional. Além disso, o artigo 13, §2º, do Tratado de Extradição Itália-Brasil reconhece explicitamente essa equivalência entre o pedido da Interpol e a aplicação de medidas cautelares.
Na última sexta-feira (22), a deputada foi condenada a cinco anos e três meses de prisão, desta vez pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.
O STF finalizou o julgamento virtual da ação penal na qual a parlamentar é ré pelo episódio em que ela sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.