Kid preto afirma ao STF que o Exército errou ao não se posicionar contra acampamentos de pessoas em quarteis
Coronel do Exército Márcio Nunes de Resende disse em interrogatório que "houve um silêncio ensurdecedor por parte do Exército"
Foto: Reprodução/STF
O coronel Exército Márcio Nunes de Resende afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o Exército errou ao não se posicionar contra os acampamentos de pessoas em frente aos quartéis-generais (QGs), após as eleições de 2022. O militar disse em interrogatório que "houve um silêncio ensurdecedor por parte do Exército".
O kid preto, submetido como réu do núcleo 3 da suposta trama golpista julgada na Corte, explicou que a situação tensa e complicada poderia piorar caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "viesse em cadeia nacional e invocasse o [art.] 142".
"Houve um erro grande. Houve um silêncio ensurdecedor por parte do Exército. Não gostaria de estar aqui criticando a instituição que servi por 33 anos, sem nenhuma mágoa. Mas, com aquele pessoal acampado ali na frente dos quartéis, achando que teria alguma coisa", afirmou.
Vale lembrar que o artigo 142 da Constituição Federal informa que "as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem".
O coronel acredita que a corporação deveria ter se pronunciado, visto que, para o militar, em caso de convocação de Bolsonaro, não teria como os acampados, devido à falta de pronunciamentos.
"Poderia perder o controle da situação por não ter… por não se precaver nesse sentido. Um informativo do Exército ali seria importante", apontou.
No dia 28 de novembro de 2022, Márcio Nunes fez uma reunião de kids pretos no salão de festas do pai na Asa Norte, área nobre de Brasília. Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), foram debatidos os detalhes da suposta trama golpista neste momento.
LEIA MAIS:
