“Não há a menor chance de recuarmos nem um milímetro sequer”, declara Alexandre de Moraes ao Washington Post.
Na entrevista o ministro falou ainda sobre as sanções impostas pelos EUA, as críticas que tem recebido e da importância de defender a democracia brasileira.

Foto: Ministro Alexandre de Moraes. Créditos: Agência Brasil
Uma entrevista do ministro Alexandre de Morares ao jornal norte-americano Washington Post foi divulgada nesta segunda-feira (18). Nela o ministro disse que não vai recuar em relação as decisões referentes ao caso do ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro, mesmo com as críticas e imposições de Donald Trump e seu governo. “Não há a menor chance de recuarmos nem um milímetro sequer”, disse.
“Faremos a coisa certa: receberemos a acusação, analisaremos a evidência, e quem deve ser condenado, será condenado, e quem deve ser absolvido, será absolvido” complementou.
No final de julho deste ano, Moraes foi sancionado com a Lei Magnitsky pelo governo estadunidense que o impôs o bloqueio de eventuais bens que estejam no país estrangeiro, dentre outras medidas.
Sobre a sanção, Alexandre de Moraes afirmou ao jornal que não ser uma situação agradável, mas esclareceu que a investigação continuar enquanto houver necessidade. “É agradável passar por isso? Claro que não é agradável. Todo constitucionalista tem grande admiração pelos Estados Unidos”.
Moraes ainda disse que é mais difícil para um país que nunca passou por um golpe contra a democracia, como os EUA, compreender a fragilidade dela.
“Eu entendo que, para a cultura norte-americana, é mais difícil entender a fragilidade da democracia, porque nunca houve um golpe lá. Mas o Brasil teve anos de ditadura sob [o presidente Getúlio] Vargas, outros 20 anos de ditadura militar e inumeráveis tentativas de golpe. Quando você é mais atingido por uma doença, você desenvolve anticorpos mais fortes e procura uma vacina preventiva”, afirmou.
Por fim, sobre as críticas que tem enfrentado de apoiadores da ex-presidente em relação ao julgamento da trama golpista, o ministro disse que são narrativas falsas que atrapalham a relação entre o Brasil e os EUA.
“Essas narrativas falsas acabaram envenenando a relação [entre Brasil e EUA] — narrativas falsas apoiadas por desinformação espalhada nas redes sociais. Então o que precisamos fazer, e o que o Brasil está fazendo, é esclarecer as coisas”, pontuou Alexandre de Moraes.