O excesso de Celso de Mello

Confira o nosso editorial desta quinta-feira (7)

Por Da Redação
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O excesso de Celso de Mello

Foto: Reprodução

Existe um tom autoritário bastante deselegante e impróprio na decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autoriza depoimento de autoridades no inquérito para apurar interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). Impor condução coercitiva soa como um exagero em meio ao delicado momento.

A insatisfação nas Forças Armadas é legítima, afinal, as supostas testemunhas da dita reunião entre o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro com o mandatário brasileiro, o motivo deste inquérito da Procuradoria-Geral da República e autorizado por Celso de Mello, são os militares Augusto Heleno, Braga Neto e Luiz Eduardo Ramos. Diga-se, do alto escalão da ala militar no governo federal.

Um parêntese – que não pondera a desnecessária pontuação do magistrado: a possibilidade de condução coercitiva é apenas se eles negarem-se ao depoimento. 

A eminente tensão provida por Celso de Mello é perigosa porque, ao convocar com generais do governo de forma tão ríspida, inclusive usando no inquérito o termo ‘debaixo de vara’ (é uma espécie de sinônimo rudimentar, apesar de sua origem ser ainda mais antiga, de condução coercitiva), certamente muda a forma com que as Forças Armadas olhem para o STF.

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