OMS não recomenda obrigatoriedade de vacinação contra Covid-19
Declaração rendeu comentários do presidente Jair Bolsonaro

Foto: Reprodução/ICTQ
A OMS (Organização Mundial da Saúde) não recomenda que a aplicação de vacinas contra covid-19 seja obrigatória em qualquer país. A vice-diretora da entidade, Mariângela Simão, disse em entrevista para a CNN Brasil que é contra "medidas autoritárias" nesse sentido.
"A OMS defende que isso é para cada país decidir. Mas em uma situação que você está falando com adultos, que têm capacidade de discernimento para fazer escolhas informadas, não se recomenda medidas autoritárias. Até porque é difícil fiscalizar. Vai depender da situação interna de cada país, mas é de difícil implementação", analisou.
A vice-diretora da OMS também comentou sobre a decisão do Reino Unido de apoiar o "desafio humano", nos quais voluntários jovens e saudáveis são infectados deliberadamente com o coronavírus, para acelerar o desenvolvimento de vacinas.
Reações
Nesta quinta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro afirmou a apoiadores que a OMS (Organização Mundial da Saúde) começou a acertar depois que uma diretora da entidade internacional disse que os governos não podem obrigar os cidadãos a tomarem uma vacina para prevenir a infecção pelo coronavírus.
"Ontem, a OMS se manifestou contra a obrigatoriedade da vacina e disse que é contra medidas autoritárias. Quer dizer que a OMS se manifestou depois que eu já havia me manifestado. Então, dessa vez, acho que estão se informando corretamente, talvez me ouvindo até, então, temos a certeza que não voltarão atrás nessa decisão", afirmou.
O chefe do Executivo aproveitou a audiência e fez criticas o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rival político, ao classificá-lo como ditador e disse que Doria provoca confusão social ao afirmar que seria obrigatória a vacina.
"Quanto ao que esse governador fala, em vídeo, que ele iria obrigar 40 milhões de paulistas a tomar a vacina, ele causa o pânico nesse pessoal. É um direito do cidadão tomar ou não. E outra coisa: é uma irresponsabilidade do governador porque ainda não existe uma vacina eficaz e [...] obviamente ainda não foi ratificada pela nossa Anvisa", disse.