PEC da Blindagem: 5 deputados do MA investigados por corrupção votaram a favor da proposta
Parlamentares maranhenses apoiaram medida que dificulta investigações contra políticos; entre eles, nomes investigados pela PF, MP e STF por desvio de recursos, organização criminosa e compra de votos

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Cinco dos 15 deputados federais do Maranhão que votaram a favor da PEC da Blindagem são investigados por suspeitas de corrupção. Entre os parlamentares citados estão Josimar Maranhãozinho (PL), Pastor Gil (PL), Josivaldo JP (PSD), Juscelino Filho (União Brasil) e Júnior Lourenço (PL). Eles respondem a investigações que apuram crimes como desvio de recursos públicos, compra de votos, peculato e organização criminosa.
A proposta, aprovada pela Câmara dos Deputados, estabelece barreiras adicionais para que parlamentares sejam investigados, processados ou presos, exigindo autorização prévia do Congresso. Se também for aprovada no Senado, a PEC pode beneficiar diretamente deputados investigados ou que venham a ser alvos de ações.
Quem são os deputados investigados do Maranhão
Josimar Maranhãozinho (PL) – Apontado pela PF como líder de uma organização criminosa que desviava recursos de emendas parlamentares destinadas à saúde. Também é investigado por fraudes em obras e desvio de R$ 15 milhões durante a pandemia.
Pastor Gil (PL) – Tornou-se réu no STF em 2025 por suposto envolvimento em esquema de corrupção com Josimar Maranhãozinho. É acusado de solicitar propina de R$ 1,66 milhão para liberação de emendas.
Josivaldo JP (PSD) – Investigado por compra de votos nas eleições municipais de 2024 em Imperatriz (MA), quando foi candidato a prefeito.
Juscelino Filho (União Brasil) – Ex-ministro das Comunicações, deixou o cargo após denúncia da PGR por desvio de verbas de emendas. É acusado de peculato, fraude em licitação e corrupção ativa.
Júnior Lourenço (PL) – Denunciado pelo MP-MA na Operação Laços de Família, que apura desvios de recursos públicos em Miranda do Norte (MA). Ministério Público pede condenação, perda do mandato e reparação de R$ 22 milhões.
O que prevê a PEC da Blindagem
A proposta altera as regras de foro privilegiado e medidas cautelares, além de exigir que prisões e processos contra parlamentares dependam de autorização do Congresso. Em caso de prisão em flagrante, por exemplo, a decisão judicial só terá validade se for confirmada por votação secreta da Câmara ou do Senado.
Críticos afirmam que a PEC cria uma “blindagem institucional” para parlamentares investigados. Já os defensores alegam que o texto apenas restabelece regras da Constituição de 1988.
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