Pesquisa aponta os benefícios de manter os músculos do corpo ativos

Exercício físico ajuda na prevenção de inúmeras doenças, diz pesquisa

Por Da Redação
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Pesquisa aponta os benefícios de manter os músculos do corpo ativos

Foto: Getty Images

Uma pesquisa realizada por cientistas brasileiros aponta os inúmeros benefícios da prática do exercício físico. De acordo com os pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), além de ajudar no emagrecimento, a atividade física melhora a resposta à vacinação contra a Covid-19, mesmo em pessoas com comprometimento do sistema imunológico, e é eficiente na prevenção e combate de outras diversas doenças como, por exemplo, a hipertensão. Além disso, os músculos ativos ajudam a tornar a pele mais saudável e retardar o envelhecimento.

Mais do que força e sustentação, os músculos são fábricas de bálsamos para a boa vida. De acordo com os pesquisadores, esses hormônios, fatores de crescimento, contém toda uma gama de proteínas poderosas. A pesquisa afirma que  essa fábrica funciona movida pela contração muscular feita toda vez que os músculos são exercitados. 

Na prática do exercício, são produzidas substâncias chamadas coletivamente de miocinas. Essas substâncias fazem a comunicação dos músculos com outros órgãos, como sistema imunológico, cérebro, fígado, pâncreas, ossos, intestinos, pele, tecido adiposo (gordura) e vasos sanguíneos. Também são fundamentais para a hipertrofia, regeneração e funcionamento dos próprios músculos.

Em uma das etapas da pesquisa, os cientistas analisaram a diferença da resposta à CoronaVac em pessoas com doenças reumáticas autoimunes. As que eram fisicamente ativas produziram mais anticorpos do que as sedentárias, explica um dos autores do estudo, Hamilton Roschel, coordenador do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da Escola de Educação Física e da Faculdade de Medicina da USP. 

Ainda segundo a pesquisa, quando nos exercitamos, uma orquestra começa a tocar. O maestro é a contração muscular e os músicos, as miocinas. Elas tocam em resposta umas às outras. Compõem uma melodia. Quanto mais atividade física e, portanto, contração muscular, mais os músicos tocam, liberando outras substâncias, notas musicais que dão o ritmo do organismo. Já o sedentarismo é silêncio e desarmonia, isto é, doença.

Algumas miocinas, por exemplo, captam a glicose no sangue e reduzem a glicemia. São um tratamento natural para o diabetes. Outras respondem à vasodilatação, remodelam a matriz do endotélio (o revestimento do interior dos vasos sanguíneos) e, com isso, reduzem a hipertensão. Estimulados por exercícios, os músculos liberam substâncias com ação anti-inflamatória. São as interleucinas 4, 6, 10 e 13. Só há relativamente pouco tempo, a ciência descobriu que os músculos e não apenas as células do sistema imunológico produzem essas substâncias.

A interleucina 6 (IL-6) ganhou destaque na pandemia, por sua associação com o agravamento da Covid-19. Em pacientes graves ela se mostra elevada e gatilho para temida tempestade de citocinas (ela própria é uma delas), um desequilíbrio inflamatório cujo desfecho pode ser a morte. Muita IL-6 quase sempre é sinal de problemas para Covid19 e outras doenças inflamatórias. Mas não quando o exercício entra em campo. Rosa Neto diz que durante o exercício o nível de IL-6 chega a aumentar 100 vezes. Mas decai tão depressa quanto aumenta. E, nesse meio tempo, combate inflamações. 

A pesquisa aponta ainda que os exercícios tentam compensar a falta de atividade física regular no padrão para o qual o corpo humano evoluiu. O corpo não foi feito para ficar parado. Ele adoece e morre. O modelo de fábrica da natureza, segundo o pesquisador Claudio Gil Araújo, é andar rapidamente. Foi assim que a Humanidade caminhou pela maior parte de sua jornada iniciada há mais de 300 mil anos.
 

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