Reajuste médio da conta de luz deve ficar em 14,5% em todo o Brasil
Alta no Nordeste pode chegar a 20%

Foto: Reprodução/Agência Brasil
As tarifas residenciais de energia devem sofrer um aumento médio de 14,5% em 2021. A projeção foi feita TR Soluções, empresa de tecnologia aplicada ao setor elétrico, por meio do Serviço para Estimativa de Tarifas de Energia (SETE), que considera dados de todas as 53 distribuidoras do país, além de sete permissionárias. Apesar de não tenha divulgado o percentual específico para cada estado, a empresa, que fez a estimativa a pedido da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) estima que na região Nordeste, haverá uma alta de 17,6%, mas algumas empresas podem chegar a aplicar até 20%, dependendo de seus custos.
O reajuste anual das distribuidoras terá impacto da chamada conta Covid. Na prática, são os custos de empréstimos da ordem de R$ 15,3 bilhões feitos pelas distribuidoras em 2020 para conseguir pagar a energia contratada junto às geradoras. As companhias que fornecem energia elétrica às residências foram muito impactadas pelo isolamento social provocado pela pandemia, o que gerou uma diminuição drástica do consumo de energia pelos setores de comércio, serviço e indústria.
Além disso, para o cálculo do reajuste anual deste ano, o maior aumento esperado é na parcela que corresponde ao serviço de distribuição de energia elétrica, com alta de 15,5%, representando 4,5 pontos percentuais da alta média. Esse aumento do custo do serviço de distribuição é fortemente pressionado pelo IGP-M, que ficou em 23,14% no ano passado. Helder Sousa, diretor de Regulação da TR Soluções, explica que 19 das 53 distribuidoras de energia do país ainda têm contratos corrigidos pelo IGP-M, enquanto outras 34 usam o IPCA. Sousa observa, no entanto, que 55% do mercado ainda responde por aumentos indexados ao IGP-M.