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Silêncio de Kamala Harrys em relação a mulheres afegãs é criticado na Internet

Vice-presidente dos EUA é cobrada para se posicionar sobre conflito humanitário e político no país asiático

Por Da Redação
Ás

Silêncio de Kamala Harrys em relação a mulheres afegãs é criticado na Internet

Foto: Elijah Nouvelage/File Photo/Reuters

Em mais um episódio marcante, os Estados Unidos voltam a fazer parte das histórias de conflitos políticos, sociais e econômicos que assolam o mundo. Após o anúncio do presidente norte-americano, Joe Biden, do envio de mais 5 mil soldados para o Afeganistão com o objetivo de garantir que as tropas americanas instaladas no país fossem retiradas com segurança, à medida que o Talibã tomava o país, o terror foi instalado. 

Embora o fato seja atual, a história de terror, opressão e terrorismo que marca o Afeganistão é antiga. Os EUA invadiram o país asiático após os atentados de 11 de setembro de 2001 com o objetivo de capturar Osama Bin Laden, acusado de ser o mandante do atentado terrorista. Na época, o governo Talibã era responsável por governar o Afeganistão e se recusou a deportar o terrorista. Logo após, os americanos invadiram o país e esse episódio ocasionou a queda do governo Talibã.  

A procura por Bin Laden, entretanto, durou dez anos. Ele foi capturado e morto por militares americanos em 2011. Desde então, os EUA mantinham tropas militares no país asiático. Após quase 20 anos de ocupação, o país norte-americano resolveu deixar o Afeganistão.  

Esse episódio gerou muitas críticas e preocupações com a população afegã. As mulheres que vivem no país asiático, por exemplo, são as principais vítimas da violência proferida pelo Talibã. Nas redes sociais, as pessoas criticam a postura dos EUA e pedem um posicionamento da vice-presidente americana, Kamala Harris. Na última segunda-feira (16), o nome dela virou um dos assuntos mais comentados no Twitter. Internautas estão revoltados com o silêncio da democrata sobre a situação das mulheres no Afeganistão após o Talibã retomar o poder no país, principalmente pelo fato de ela se autodescrever mulher negra feminista. 

“Vice-presidente americana, segue em silêncio a respeito do que está acontecendo com as mulheres afegãs. Elas estão sendo presas, violentadas, agredidas de todas as formas e seus direitos jogados fora. Mas vocês esperavam humanidade do governo dos EUA?”, escreveu um internauta.

“Gente, cadê a Kamala – que não fala nada??? Podia ser só panos quentes na narrativa desavergonhada do Biden, mas que fale, né?”. “Viram como a Kamala Harris desapareceu do mapa para não ficar associada a este atentado contra as mulheres do Afeganistão”, questionou outro internauta. 

À medida que o Talibã avança, muitas mulheres no Afeganistão se preocupam com o futuro sob o governo fundamentalista islâmico, caso o grupo tome o controle do país. Desde a retirada das forças americanas e da Otan do Afeganistão, em julho, o Talibã rapidamente assumiu o controle de cidades afegãs, como Herat e Kandahar, e agora conseguiu destituir o governo civil. No último domingo (15), o grupo tomou conta do palácio presidencial na capital Cabul, horas depois que o ex-presidente Ashraf Ghani fugiu do país.

Talibã e as mulheres

O Talibã é um grupo extremista islamico que surgiu na década de 90 e conseguiu se expandir com a ajuda dos Estados Unidos. Em 1979, a União Soviética invadiu o Afeganistão para apoiar o governo comunista no país. Somente com o apoio americano, o Talibã surgiu na fronteira entre o  Afeganistão e o Paquistão e, extremamente armado, conseguiu resistir à presença soviética no Afeganistão. Logo depois, o Talibã tomou posse do Afeganistão, mais precisamente em 1994, e impôs sobre a população uma visão equivocada da lei islâmica, até ser derrubado pelas trocas americanas em 2001. 

Antes de o governo Talibã cair, as mulheres eram vítimas de inúmeras atrocidades ditadas sob o argumento da lei islâmica. Na época, as mulheres que viviam no Afeganistão eram impedidas de fazer quase todas as atividades. Elas não podiam trabalhar, estudar, usar maquiagem e trajes que não fossem burcas. Além disso, não podiam sair de casa sem a permissão dos maridos. Aquelas que descumprissem as regras, eram humilhadas, espancadas em público ou até mesmo apedrejadas pela polícia religiosa.  

A ativista Malala Yousafzai, inclusive, foi uma vítima do grupo extremista. Em 2012, ela levou um tiro enquanto ia para a escola. O crime que ela cometeu, segundo o Talibã, foi se manifestar contra a proibição dos estudos para as mulheres no país. No domingo (15), ela usou as redes sociais para pedir ajuda das potências globais. 

Antes do Talibã, as mulheres no Afeganistão tinham uma vida livre. Muitas, por exemplo, eram professoras, estudantes e funcionárias públicas. Além disso, tinham direitos políticos garantidos, como o voto. 

Após reconquistarem os direitos com a queda do governo Talibã, muitas mulheres conseguiram voltar às atividades profissionais e acadêmicas. No início deste ano, por exemplo, um grupo de mulheres afegãs desenvolveu um ventilador para ajudar no tratamento de pacientes com a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, e conseguiu destaque na “Under 30” da Forbes.

Agora, o porta-voz do grupo extremista Talibã, Zabihullah Mujahid, alega que mudou a postura sobre os direitos das mulheres. Contudo, as ações do Talibã e os últimos esforços para submeter milhares de mulheres à escravidão sexual demonstram exatamente o oposto. A ordem de fornecer a lista com o nome de meninas e mulheres aptas ao casamento, por exemplo, revela uma estratégia antiga usada pelo grupo para oferecer “esposas” para atrair mais militares.


 

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