• Home/
  • Notícias/
  • Economia/
  • Veja quais são os estados brasileiros mais afetados por taxação de 50% dos EUA

Veja quais são os estados brasileiros mais afetados por taxação de 50% dos EUA

Unidades que exportam e importam produtos serão afetadas caso a taxa e Lei da Reciprocidade entrem em vigor

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Veja quais são os estados brasileiros mais afetados por taxação de 50% dos EUA

Foto: Divulgação/Autoridade Portuária de Santos

A taxação de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump, deve atingir de maneira mais rigorosa cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.

Essas unidades federativas responderam por mais de 70% das exportações brasileiras aos EUA nos primeiros seis meses de 2025, segundo dados da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil).

Veja quanto cada estado exportou entre os meses de janeiro e junho:

• São Paulo: US$ 6,4 bilhões exportados (31,9% do total brasileiro). Principais produtos: suco de frutas, aeronaves e equipamentos florestais.

• Rio de Janeiro: US$ 3,2 bilhões exportados (15,9% do total brasileiro). Principais produtos: óleo bruto de petróleo, produtos semiacabados de ferro e aço e óleos combustíveis de petróleo.

• Minas Gerais: US$ 2,5 bilhões exportados (12,4% do total brasileiro). Principais produtos: café não-torrado, ferro gusa e máquinas de energia elétrica.

• Espírito Santo: US$ 1,6 bilhão exportados (8,1% do total brasileiro). Principais produtos: produtos semiacabados de ferro e aço, cal, cimento, materiais de construção e celulose.

• Rio Grande do Sul: US$ 950,3 milhões exportados (4,7% do total brasileiro). Principais produtos: tabaco, máquinas de energia elétrica e calçados.

Três estados ainda têm potencial de serem afetados de outra forma: na receita dos portos. Quase 90% das exportações brasileiras são feitas por navios. E os quatro maiores portos estão concentrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

• Entenda como tarifaço de 50% de Trump pode impactar nas exportações de carne do Brasil aos EUA
• Lei da Reciprocidade: entenda medida citada por Lula em resposta às taxas de 50% de Trump

Caso o Brasil aplique a Lei da Reciprocidade, os estados mais afetados seriam São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, que concentram mais de 70% da importação de produtos americanos. Veja os dados de importação nos primeiros cinco meses do ano: 

• São Paulo. Importações de US$ 6,7 bilhões (31,2% do total de importações). Principais produtos: medicamentos, produtos farmacêuticos, inseticidas e máquinas de processamento de dados.

• Rio de Janeiro. Importações de US$ 4,6 bilhões (21,3% do total de importações). Principais produtos: motores e máquinas não elétricos, óleos combustíveis de petróleo e carvão.

• Bahia. Importações de US$ 1,2 bilhão (5,6% do total de importações). Principais produtos: óleos combustíveis de petróleo, óleos brutos de petróleo e elementos químicos inorgânicos.

• Minas Gerais. Importações de US$ 1,1 bilhão (5,4% do total de importações). Principais produtos: motores e máquinas não elétricos, carvão e polímeros de etileno.

• Espírito Santo. Importações de US$ 1,1 bilhão (5,2% do total de importações). Principais produtos: aeronaves, carvão e veículos de passageiros.

As exportações do Brasil para os EUA totalizaram US$ 20 bilhões no primeiro semestre de 2025, um aumento de 4,4% em relação ao mesmo período de 2024. Já as importações totalizaram US$ 21,7 bilhões, um aumento de 11,5%.

A câmara comercial americana afirma que a relação comercial com os EUA é responsável por cerca de 3,2 milhões de empregos no Brasil, o que seria o maior número gerado por um país individualmente.

Entenda a taxação

A tarifa foi anunciada em uma carta pública enviada ao presidente Lula por Trump. Para justificar a elevação na tarifa sobre o Brasil, Trump cita o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, a ação é "uma vergonha internacional".

Trump disse ainda que as tarifas são "em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e ao direito fundamental à liberdade de expressão dos americanos". Ele não apresentou provas das acusações e citou a determinação do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, de suspender a plataforma de vídeos Rumble, em fevereiro deste ano.

Em resposta, Lula disse que o Brasil é um país soberano e não vai aceitar "ser tutelado por ninguém". O presidente garantiu que a elevação de tarifas será respondida com base na Lei da Reciprocidade Econômica. 

Lula ressaltou ainda que as empresas que atuam em solo brasileiros estão submetidas à legislação brasileira e que o processo contra os investigados por uma tentativa de golpe de Estado — Bolsonaro é réu na ação — é de competência da Justiça brasileira.

LEIA TAMBÉM:

• Governo Lula pode solicitar aos EUA 90 dias para negociar taxação, diz presidente da Apex
• STF não vai se manifestar sobre taxação de Trump contra o Brasil
• Taxação: "Estaremos prontos para agir com equilíbrio e firmeza em defesa da nossa economia", diz Congresso

• Lula afirma que Brasil pretende negociar, cobra respeito às leis brasileiras e nega que críticas aos EUA tenham motivado tarifas de Trump
• Vídeo: "Se ele vai cobrar 50% de nós, vamos cobrar 50% dele", diz Lula sobre tarifaço de Trump
• Governo vai montar grupo de trabalho para estudar retaliação aos EUA após Trump anunciar tarifa de 50% ao Brasil
• Tarifa de 50% dos EUA leva Lula a convocar reunião emergencial com equipe econômica e diplomática
• "O Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém", afirma Lula em resposta às taxas de 50% de Trump
• Trump diz que Bolsonaro é alvo de perseguição no Brasil: 'não é culpado de nada'
• "Somos um país soberano", Lula reage após declaração de Trump sobre Bolsonaro
• Eduardo Bolsonaro diz que fala de Trump sobre perseguição ao seu pai não será 'única novidade' dos EUA
• Bolsonaro agradece apoio de Trump e afirma que ação do golpe é uma "clara perseguição política"
• Trump ameaça taxar em mais 10% países que se 'alinharem' ao Brics; nações que integram o bloco desmentem política anti-americana
• Governo Lula avalia que ameaças de Trump fortalecem posição do Brics contra tarifas
• Lula volta a criticar ameaças de Trump sobre taxação e defende "soberania" do Brics: "Não aceitamos intromissão de quem quer que seja"

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário