Vieira critica pressão dos EUA e diz que Judiciário brasileiro "não se curvará a pressões externas"
Chanceler reagiu às sanções contra Moraes e às tarifas de Trump, e afirmou que decisões do Judiciário não admitem ingerência internacional

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (30) que o Brasil considera inaceitável qualquer tentativa de ingerência externa sobre o Poder Judiciário nacional. A declaração foi dada após reunião com o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, no mesmo dia em que o governo americano anunciou a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o ex-presidente Donald Trump confirmou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
Sem mencionar nominalmente as sanções contra Moraes, Vieira destacou que reforçou aos representantes norte-americanos o caráter soberano e independente da Justiça brasileira. “Enfatizei que é inaceitável e descabida a ingerência na soberania nacional no que diz respeito a decisões do Poder Judiciário do Brasil, inclusive a condução do processo judicial no qual é réu o ex-presidente Bolsonaro”, afirmou o chanceler à imprensa.
Vieira também afirmou que o Brasil se reserva o direito de responder às medidas adotadas pelos Estados Unidos, embora tenha sinalizado disposição para manter o diálogo comercial, interrompido desde o início de julho. “O Poder Judiciário é independente no Brasil tanto como aqui e não se curvará a pressões externas”, concluiu. A fala ocorre em meio à crescente tensão entre os dois países, com impacto direto sobre as relações diplomáticas e econômicas.
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