Associações do agro estudam países que poderiam substituir os EUA como clientes devido taxação de 50%; saiba quais
EUA são o segundo principal destino de vendas brasileiras de carne bovina e etanol, liderando o ranking na compra de café e suco de laranja

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A tarifa de 50% sobre os produtos do Brasil anunciada pelo presidente dos Estados, Donald Trump, deve forçar o agronegócio nacional a buscar novos compradores para itens atualmente enviados aos país norte-americano.
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Café, carne bovina, suco de laranja, etanol e açúcar estão entre os mais vendidos para os EUA, que é o segundo principal destino dos produtos brasileiros, atrás apenas da China.
Veja abaixo quais países poderiam absorver essas exportações:
Café
Maior cliente do produto brasileiro no mundo, os EUA compram 16% do café exportado pelo Brasil, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (MDIC).
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), aponta que a alternativa pode estar em países como China, Índia, Indonésia e Austrália, grandes consumidores que já compram café brasileiro.
Além disso, com as mudanças, a busca dos EUA por novos fornecedores pode fazer com que países como Honduras, Guatemala e Colômbia priorizem as vendas para os norte-americanos, abrindo espaço para o Brasil na União Europeia, por exemplo.
Carne bovina
Os Estados Unidos compram 12% da carne bovina exportada pelo Brasil e são o segundo maior cliente, atrás apenas da China, segundo o MDIC.
Os norte-americanos compram a chamada “carne ingrediente”, usada em hambúrgueres e alimentos processados. Com isso, o setor aponta que os principais substitutos seriam México, Egito, Canadá, Chile e Emirados Árabes.
Atualmente, mais de 100 países compram carne do Brasil, com retorno inclusive do Vietnã.
Etanol
Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), os Estados Unidos são o segundo maior comprador de etanol do Brasil, atrás da Coreia do Sul.
No entanto, a Unica afirma que o Brasil já buscava outros mercados antes mesmo do anúncio da tarifa de 50%.
Uma alternativa para absorver as compras norte-americanas seria a própria Coreia do Sul. O Japão também aparece como opção, já que vem construindo uma política pública para misturar etanol na gasolina.
Suco de laranja
Na contramão de outros setores, a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) não enxerga possibilidades de mercados alternativos para comprar o que é hoje enviado para os Estados Unidos.
Atualmente, o país compra 41% do suco de laranja exportado pelo Brasil, sendo segundo maior mercado, atrás da União Europeia.
Ampliar a venda para o maior importador, a União Europeia, significaria derrubar os preços de comercialização, avalia a CitrusBR.
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