Delator, Mauro Cid deve apresentar alegações finais ao STF no julgamento da trama golpista nesta terça-feira (29)
Mlitar é representado pelo criminalista Cezar Bitencourt e réu no processo

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid deve apresentar nesta terça-feira (29) ao Supremo Tribunal Federal (STF) as alegações finais no processo que apura uma suposta trama golpista, no último dia do prazo.
Cid é réu no Supremo e atuou como delator na ação. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) integra o “núcleo crucial” da organização criminosa que atuou para promover um golpe de Estado, após Bolsonaro ser derrotado nas urnas, em 2022.
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O militar é representado pelo criminalista Cezar Bitencourt. Após o recebimento das alegações, a Corte vai abrir um prazo de 15 dias para as defesas dos outros sete réus do núcleo. A fase de alegações finais é a última antes do julgamento que vai decidir se os réus devem ser condenados ou absolvidos. Veja abaixo quem são:
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
A PGR já pediu a condenação de todos os integrantes do grupo pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse no parecer final que Cid agiu de má-fé por ter omitido informações relevantes e resistido ao cumprimento integral do acordo de delação firmado.
No que diz respeito à atuação na trama, Cid é apontado como intermediador de ações entre os núcleos da organização criminosa.
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