Fim do recesso branco

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Os parlamentares voltaram aos trabalhos no Congresso na última quinta-feira (1º), mas já é segunda-feira (5) e parece que deputados e senadores ainda estão em pleno “recesso branco”, aqueles 15 dias de férias que paralisam o país.
O vácuo, por certo, só começa a diminuir a partir de terça-feira, quando enfim os trabalhos devem ganham intensidade em Plenário e a pauta passa longe de ser corriqueira, ordinária: a Reforma da Previdência aguarda votação em segundo turno e precisa do voto de um mínimo de 308 deputados para ser aprovada e, em seguida, enviada ao Senado, onde também passará por dois turnos de votação.
O tempo urge e a matéria precisa, sim, ser um dos primeiros compromissos dos deputados nesta volta aos trabalhos legislativos. Sem delongas, é preciso que a questionável liderança do presidente da Casa, Rodrigo Maia, faça valer o cargo ocupado no Plenário para aglutinar e, principalmente, manter consolidada a base que aprovou a Reforma em primeiro turno. Perder o controle e a unidade pode dar brecha a infortúnios e atrasar a sanção da proposta, em definitivo.
O momento é de manter o ambiente reformista aquecido e não se deixar contaminar pela polarização.
Sem dúvida, estes primeiros dias da volta do recesso serão marcados por ânimos exaltados, com parlamentares ávidos por comentar – em muitos tons possíveis – os últimos acontecimentos na política nacional (da prisão dos hackers que invadiram os celulares do ministro Sergio Moro e outras autoridades às falas polêmicas do presidente Jair Bolsonaro), mas é neste ambiente de pressão e com uma enorme responsabilidade em mãos é que o Brasil de fato saberá quem estão compromissados com o futuro do Brasil e quais são os que passam pelo Congresso para um eterno trabalho de obstrução e conchavos.