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Indígenas do sul da Bahia fazem vigília no Museu Nacional e exigem devolução do Manto Tupinambá

O artefato ficou exposto por mais de 300 anos na Dinamarca e retornou ao Brasil em setembro de 2024

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Indígenas do sul da Bahia fazem vigília no Museu Nacional e exigem devolução do Manto Tupinambá

Foto: Divulgação/Cito

Os indígenas da etnia Tupinambá, da cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, se deslocaram até o Rio de Janeiro para protestar pela devolução do Manto Sagrado Tupinambá, artefato recuperado pelo Brasil em 2024, ao solo baiano. 

O artefato estava na Dinamarca, exposto no Museu Nacional do país europeu. Contudo, o governo dinamarquês o doou ao Brasil para ajudar a recompor o acervo perdido com o incêndio que destruiu o Museu Nacional, em 2018. 

Como forma de reivindicar o objeto, o grupo realizou uma vigília atrás da biblioteca do Museu Nacional, onde o manto está armazenado, da madrugada desta quinta (3) até sexta-feira (4). 

Bekoya Tupinambá, representante do Conselho Indígenas Tupinambá de Olivença (Cito), ressaltou, em entrevista ao g1, que a reivindicação quanto à devolução do manto à Bahia começou nos anos 2000. "Nossa cultura, muito baseada na oralidade, [...] é a prova material que a gente trabalha dizendo que esse manto é nosso e ele tem que voltar para a Aldeia Mãe, que é Olivença, distrito de Ilhéus", pontuou Bekoya, que é também ativista da causa indígena e uma das responsáveis por organizar a vigília na capital fluminense.

"Esse manto foi tirado de um baú de couro que ficava guardado na igreja Nossa Senhora da Escada, que foi construída com mão de obra escravizada indígena, já que ali era um assentamento jesuíta, e este manto estava guardado", explica Bekoya.

Retorno do manto ao Brasil

Depois de mais de 300 anos exposto no museu da Dinamarca, o Manto Tupinambá voltou ao Brasil em setembro de 2024. O retorno foi celebrado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e pelo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), que é autodeclarado indígena.

"Nessa vigília, a gente vai deixar bem claro que quer sim um retorno, que quer começar um diálogo com o Estado, porque a gente acredita que assim como o governo do Estado se autodeclara indígena Tupinambá, que ele tenha esse diálogo com o povo, em assembleia e diante do conselho", enfatizou a ativista.

Para além da repatriação do manto Tupinambá, o povo de Olivença também reivindica o retorno de outros 10 mantos que continuam na Europa.

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