Inflação dos alimentos até setembro é a maior em 28 anos, aponta jornal
Preços registraram alta de 9,54% no acumulado dos nove meses do ano

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que, apesar dos sinais de trégua dos preços, o grupo alimentação e bebidas ainda acumula inflação de 9,54% de janeiro a setembro deste ano. É a maior alta para os nove primeiros meses do calendário em 28 anos, ou desde o início do Plano Real, aponta o jornal Folha de S. Paulo.
Analistas ouvidos pelo jornal apontaram que uma série de fatores impactou o valor dos alimentos em 2022. No início do ano, fortes chuvas prejudicaram plantações em regiões como o Sudeste. O Sul, por outro lado, sofre com os impactos do período de seca. Os extremos climáticos reduziram a oferta de mercadorias diversas, como verduras e legumes, o que afetou os preços.
Também houve pressão de custos. Insumos usados no campo ficaram mais caros durante a pandemia, elevando os gastos para a produção de alimentos. A situação foi intensificada pela Guerra da Ucrânia. Commodities agrícolas tiveram alta nas cotações após o início do conflito, em fevereiro. A guerra ainda gerou pressão adicional sobre os preços de insumos no mercado internacional.
Em setembro, o grupo alimentação e bebidas até recuou 0,51% no IPCA. Foi a maior baixa desde maio de 2019 (-0,56%) e a primeira desde novembro de 2021 (-0,04%). Com o resultado, a inflação acumulada no ano desacelerou de 10,10% até agosto para 9,54% até setembro. No acumulado de 12 meses, a alta passou de 13,43% para 11,71%.