Ministro diz que não tinha conhecimento de dados do desmatamento
De acordo com Joaquim Leite, informação não cabia à conferência internacional

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Durante um evento, nesta segunda-feira (22), o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, negou que tivesse conhecimento dos dados negativos sobre o desmatamento no Brasil enquanto esteve na Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas. Além disso, ele afirma que "seria irrelevante informar esse número".
Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontaram que a taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira (ALB) sofreu um aumento de 21,97% em 2021, sendo o maior número desde 2006.
“Eu tive a informação no dia que vocês [jornalistas] tiveram. O que aconteceu foi que os dados do Deter no mesmo período, de agosto a julho, anunciados pelo vice-presidente Mourão no meio de agosto, indicavam uma redução nesse período de 5%. O mesmo período que foi anunciado pelo Prodes [do Inpe] veio com 22% a mais. Essa diferença… deve ter sido por causa dessa diferença que o Inpe teve a cautela de revisar talvez esses dados e divulgou no dia 18″, afirmou o ministro.
Além disso, ele afirma que as vulnerabilidades do país não caberiam na discussão ocorrida na cúpula. De acordo com Leite, o desmatamento ilegal do Brasil representa um número muito baixo em relação às emissões totais do mundo.
“Então, dentro de uma conferência e de um consenso mundial, em nenhum momento um país ia apontar as fragilidades do outro, pois estamos buscando consenso multilateral num tema muito complexo, que é reduzir as emissões globais de combustíveis fósseis, e isso pode afetar várias economias. Ali não era o momento de apontar fragilidades, então, seria irrelevante informar esse número antes ou depois”, completou, afirmando que o problema de desmatamento ilegal deve ser erradicado até 2028 no país.