SUS: Atendimento a pessoas com transtornos mentais por uso de álcool e drogas aumenta 11%
Dentre os registros, lideram homens com idade entre 25 e 29 anos

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Segundo dados do Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas e álcool, em 2021. O número mostra um aumento de 11% em relação a 2020, em que houveram 356 mil registros.
Neste domingo (20), no Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, o Ministério da Saúde alerta para a saúde pública no País.
O SUS garante o atendimento e acompanhamento para quem tem qualquer tipo de dependência química. Por meio da Atenção Primária à Saúde (APS) é feita a abordagem desses pacientes. A rede também conta com centros especializados nesse tipo de atendimento, como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
Dentre as faixas etárias com o maior número de atendimento, estão pessoas de 25 e 29 anos, que somaram 303,7 mil registros em 2021, seguidos da faixa de 10 a 24 anos (49,4 mil) e, por último, pessoas com 60 ou mais (38,4 mil).
Além disso, em todos os cenários, o número de atendimentos de pacientes do sexo masculino é maior que o feminino.
Dos atendimentos realizados, o mais recorrente foi o uso abusivo do álcool, chegando a 159,6 mil, em todos os níveis de atenção, no ano passado, e 125 mil em 2020.
Os transtornos mentais e comportamentais por uso de cocaína aparecem em segundo lugar, com 31,9 mil, e fumo. com 18,8 mil. Opiáceos, canabióides, sedativos e hipnóticos, alucinógenos, solventes voláteis e estimulantes (incluindo a cafeína) também fazem parte do levantamento, com números menores de registros. Por fim, o uso de múltiplas drogas e de outras substâncias psicoativas não listadas individualmente somam 151,3 mil atendimentos.
O departamento de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde aponta que o número de atendimentos em 2020 pode estar relacionado à diminuição da procura pelos serviços de saúde em geral, em razão da pandemia da Covid-19.
“É importante lembrar que esses números não são suficientes para retratar o problema da dependência química no País, tendo em vista que estamos falando especificamente da quantidade de atendimentos e não do total de pessoas dependentes”, explica o coordenador-geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, Rafael Bernardon.
"Além disso, muitas pessoas com transtornos decorrentes do uso dessas substâncias não procuram os serviços de saúde por fatores diversos, como o estigma e a falta de informação”, complementou.