Trump confirma primeiro ataque em território venezuelano; confira histórico de conflitos entre EUA e Venezuela
Tensões iniciaram em agosto, quando os EUA dobraram para US$ 50 milhões recompensa por prisão de Maduro

Foto: National Archives and Records, Eneas de Troya
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou na segunda-feira (29) que forças americanas realizaram o primeiro ataque em território venezuelano desde o início das ações contra o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
O episódio citado na segunda-feira teria ocorrido no dia 24 de dezembro, quando forças estadunidenses destruíram uma área portuária usada por narcotraficantes ao longo da costa da Venezuela. O Pentágono não divulgou detalhes sobre o ataque, e o governo da Venezuela não se pronunciou sobre a investida.
As investidas estadunidenses começaram em agosto. Inicialmente, o governo dos Estados Unidos ofereceu US$ 50 milhões como recompensa por informações que contribuíssem com a prisão ou condenação de Maduro.
Para o governo estadunidense, o presidente venezuelano é responsável por comandar o chamado Cartel de los Soles, que segundo o governo dos Estados Unidos, trata-se de uma organização terrorista internacional ligada ao tráfico de drogas.
Confira histórico das ações dos Estados Unidos contra a Venezuela:
Em agosto, dias após os Estados Unidos divulgar a recompensa de US$ 50 milhões a quem contribuísse com à prisão ou condenação de Nicolás Maduro, navios de guerra e um submarino nuclear foram enviados ao Mar do Caribe para iniciar ações de reforço militar na região.
Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, afirmou no dia 19 de agosto, que o governo Trump usaria "toda a força" contra o regime venezuelano.
Já no dia 2 de setembro, os Estados Unidos realizaram o primeiro ataque contra um barco que supostamente transportava drogas no Mar do Caribe. A partir deste ponto, os ataques estadunidenses contra embarcações, inclusive no Oceano Pacífico, tornaram-se mais frequentes.
No fim do mês, o governo venezuelano decretou estado de exceção e concedeu poderes especiais ao presidente Nicolás Maduro em caso de “agressão” por parte dos Estados Unidos.
Em outubro, Trump admitiu a possibilidade de ataques terrestres em combate ao narcotráfico e afirmou que havia alvos localizados em território venezuelano.
No dia 15, três bombardeiros B-52 fizeram um voo em uma região muito próxima da Venezuela, e sobrevoaram a chamada Região de Informação de Voo.
No início do mês de novembro, o USS Gerald Ford, considerado o maior porta-aviões do mundo, foi instalado no Mar do Caribe. Trump e Maduro conversaram por telefone, mas não obtiveram avanços, com o presidente venezuelano inclusive tendo apresentado resistência para deixar o poder.
Dias após a ligação, o governo estadunidense incluiu oficialmente o Cartel de los Soles na lista de organizações terroristas. Além de ter apontado Maduro como chefe da organização.
No dia 10 de dezembro, os Estados Unidos apreenderam uma embarcação que transportava petróleo venezuelano no Caribe. Trump afirmou, seis dias depois, que a Venezuela estava cercada e anunciou um bloqueio total de navios petroleiros alvo de sanções.
No dia 18, cinco caças F-18 dos EUA sobrevoaram uma área próxima a Caracas. O rastreamento indicou ainda a presença de outras duas aeronaves militares na região. Na segunda-feira (29), o Departamento de Guerra estadunidense anunciou o 30º bombardeio contra barcos suspeitos de transportar drogas.
Até o momento, a operação estadunidense atingiu 31 embarcações e deixou 107 mortos, segundo dados divulgados pelo governo dos EUA.
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