A arma de Janot

Por Editorial
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A arma de Janot

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A revelação espalhafatosa do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que alegou ter ido armado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para matar o ministro Gilmar Mendes, em 2017, traz algumas preocupações à política nacional. Além disso, coloca um ponto de interrogação no que diz respeito à segurança de autoridades e todos cidadãos que diariamente circulam pela Praça dos Três Poderes, em Brasília. 

Preocupa, em primeiro plano, pelo fato de Janot ter entrado armado na Corte, onde apenas policiais, militares e seguranças podem portar arma. Ora, a discussão aqui não é se a arma do ex-procurador é legal, mas sim o ato dele adentrar ao STF munido de um revólver e com o desejo de assassinar um ministro. A confissão é, sem dúvida, suficiente para a busca da arma na residência de Janot, uma pistola .40.

Liga, ainda, o alerta quanto ao grau de eficiência da segurança implementada nas Casas dos três poderes da República. É prudente, no calor do momento da revelação de Janot, apurar como ocorre e se é satisfatória a salvaguarda de todos que passam e trabalham naquele espaço do extremo leste de Brasília. Há cerca de três anos foi um ex-procurador que entrou armado na Corte. E amanhã, outra autoridade, político ou cidadão comum conseguiria andar pelos corredores do STF, do Palácio do Planalto ou do Congresso com uma arma de fogo? 

A saúde mental de um procurador-geral então em atividade também é passível de reflexão. Janot, que durante os anos no cargo deu algumas declarações e fez insinuações bastante parciais a respeito de personagens da política nacional, como Lula, Dilma e Moro, estaria mesmo em sã condições para posto que ocupava? A declaração foi um verdadeiro tiro no pé: afunda sua já questionável reputação.

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