Ministério Público da Bahia instaura investigação para apurar demolição de terreiro de candomblé autorizada pelo Inema
Inema afirma que construção estava em lugar irregular; versão é contestada por filhos de santo

Foto: Reprodução/TV Bahia
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou um procedimento para investigar as circunstâncias da demolição do terreiro de candomblé Ilê Axé Oya Onira'D, no Parque Pituaçu, em Salvador, pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
O processo de apuração iniciou na terça-feira (10). No dia seguinte, na quarta (11), o órgão oficiou o Inema, a Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e a Secretaria Estadual de Administração (Saeb), determinando que apresentem informações detalhadas no prazo de 48 horas.
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A demolição ocorreu na segunda-feira (9). Segundo o Inema, o local estava irregular e ocupava uma área de proteção ambiental. Já a ialorixá do terreiro, Naiara de Oya, a estrutura estava instalada na região há oito anos e possuia documentos de intenção de compra da área.
Naiara disse ainda que o documento de compra e venda foi apresentado ao Inema. Em nota, o órgão informou que acompanha a situação desde dezembro de 2024 e uma notificação extrajudicial foi emitida em janeiro de 2025, com um pedido de desocupação voluntária da área.
O Inema justificou que a demolição era necessária para a preservação ambiental de fragmentos urbanos de mata atlântica em Salvador, já que o imóvel presentava riscos de contaminação do solo, descarte irregular de resíduos e uso indevido de recursos naturais.
Participaram da demolição Casa Civil, Secretaria de Administração do Estado da Bahia (Saeb), Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), Polícia Militar da Bahia e a Procuradoria Geral do Estado (PGE).