Quaest: Maioria considera prisão domiciliar de Bolsonaro justa e vê provocação a Moraes em chamadas de vídeo

A maioria dos brasileiros considera justa a prisão domiciliar imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os entrevistados pela pesquisa Quaest, divulgada nesta segunda-feira (25), 55% afirmaram apoiar a decisão, enquanto 39% a consideram injusta. 

Além disso, outros 6% não souberam ou não quiseram responder. O levantamento ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 13 e 17 de agosto.

Perfil de quem apoia ou rejeita a medida

A prisão de Bolsonaro foi determinada no dia 4 de agosto, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, apontar descumprimento das medidas cautelares vinculadas ao uso da tornozeleira eletrônica, como a proibição de publicar em redes sociais. 

Entre os que consideram a decisão justa, estão principalmente pessoas que se declaram de esquerda, mas não são lulistas (93%), eleitores de Lula no segundo turno de 2022 (84%), moradores do Nordeste (65%), com renda familiar de até dois salários mínimos (62%), católicos (62%), jovens entre 16 e 34 anos (59%), mulheres (58%) e aqueles com até o ensino fundamental completo (56%).

Já os que classificam a medida como injusta concentram-se entre bolsonaristas (87%), eleitores do ex-presidente no segundo turno de 2022 (83%) e evangélicos (57%).

Motivações atribuídas à atitude de Bolsonaro

Um dos pontos citados por Alexandre de Moraes para decretar a prisão domiciliar foram as chamadas de vídeo feitas por Bolsonaro durante manifestações de apoiadores no dia 3 de agosto. 

Questionados sobre o episódio, 57% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente agiu de propósito para provocar o ministro. Outros 30% avaliam que Bolsonaro não compreendeu bem as regras impostas e acabou errando. Já 13% não souberam ou não responderam.

Conhecimento sobre a prisão e julgamento

A pesquisa mostra ainda que 84% dos brasileiros já sabiam que Bolsonaro está em prisão domiciliar, enquanto 16% tomaram conhecimento apenas durante a entrevista. 

Em relação ao julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal, no qual ele é réu por tentativa de golpe de Estado, marcado para o dia 2 de setembro, 86% afirmaram estar informados e 14% disseram não saber da tramitação. 

O índice de conhecimento cresceu desde março, quando 73% declaravam saber sobre o processo.

Percepção sobre tentativa de golpe

O levantamento também apontou que 52% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro participou do plano de tentativa de golpe. Esse número era de 49% em março.

Já 36% responderam que não, frente aos 35% registrados anteriormente. Outros 10% não souberam ou não quiseram opinar, queda em relação aos 15% da pesquisa passada.

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