Trump menciona Bolsonaro, Moraes e Paulo Figueiredo em decreto que oficializou tarifaço contra o Brasil
No documento, divulgado pela Casa Branca nesta quarta-feira (30), Trump afirma que o ex-presidente e seus apoiadores são alvos de "graves violações dos direitos humanos"

Foto: Alan Santos/PR
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o influenciador Paulo Figueiredo no decreto que oficializou as tarifas de 50% contra produtos importados do Brasil. O documento foi publicado pela Casa Branca nesta quarta-feira (30).
A decisão foi anunciada em reação a ações do governo brasileiro que, de acordo com a Casa Branca, configuram uma ameaça “incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos. Além disso, a medida declara uma nova emergência nacional baseada na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977 (IEEPA).
No documento, Trump acusa o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de emitir "centenas de ordens para censurar secretamente seus críticos políticos", além de afirmar que o magistrado supervisiona um processo contra Paulo Figueiredo por discursos feitos nos EUA.
Nesta quarta-feira, Moraes foi alvo da Lei Magnitsky, que estabelece sanções econômicas que vão desde o bloqueio de bens que estejam presentes nos Estados Unidos até restrições de movimentações bancárias.
"[Moraes] tem apoiado investigações criminais contra outros cidadãos dos EUA depois que eles expuseram suas graves violações de direitos humanos e corrupção", diz a ordem executiva.
Paulo Figueiredo é acusado de ter cometido os crimes de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Trump também afirma que Bolsonaro e seus apoiadores são alvo de "graves violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil". No documento, o presidente norte-americano acusa o governo brasileiro de perseguir, intimidar, assediar e censurar cidadãos.
"Ao impor essas tarifas para lidar com as ações imprudentes do Governo do Brasil, o presidente Trump está protegendo a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos de uma ameaça estrangeira", diz o documento.
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