Eduardo publica em inglês, diz que Moraes "dobrou a aposta" em operação contra Bolsonaro, e confirma que não poderá entrar em contato com o pai
O senador Flávio Bolsonaro também utilizou as redes sociais para criticar a operação e disse que “proibir o pai de falar com o próprio filho é o maior símbolo do ódio"

Foto: Marcos Corrêa/PR
O deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro, utilizou as redes sociais nesta sexta-feira (18) para comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que ordenou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai de Eduardo.
Em inglês, Eduardo escreveu que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, “dobrou a aposta” após Bolsonaro publicar na quinta-feira (17) um vídeo em que agradeceu o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pela carta em que exigiu que o processo contra Bolsonaro pare imediatamente.
Na postagem, Eduardo marcou o perfil de Trump na rede social X e listou as medidas cautelares impostas por Moraes ao ex-presidente. Entre elas, está a proibição de se comunicar com outros réus e investigados pelo Supremo, como os filhos Eduardo e Carlos Bolsonaro. Veja a publicação:
Eduardo é investigado por buscar interferência do governo Trump nos processos que envolvem o pai e aliados. Ele está nos EUA desde o mês de maio e comemorou publicamente as tarifas, além de afirmar que um acordo só acontecerá com "anistia ampla, geral e irrestrita".
O senador Flávio Bolsonaro, também reagiu à decisão nas redes sociais e disse que “proibir o pai de falar com o próprio filho é o maior símbolo do ódio que tomou conta de Alexandre de Moraes para tomar medidas totalmente desnecessárias e covardes”. Leia:
O ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de dois mandados de busca e apreensão em uma operação da Polícia Federal (PF) nesta sexta. Além do uso da tornozeleira e impedimento de falar com investigados, Bolsonaro terá que permanecer em casa entre 19h e 7 da manhã, e está proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros (não podendo se aproximar de embaixadas).
As ordens judiciais fazem parte de uma nova operação da PF, aberta no mês de julho, dois dias depois do anúncio do tarifaço dos Estados Unidos, e corre sob sigilo no Supremo. Em manifestação pública, a defesa afirmou que recebeu a decisão com "surpresa e indignação", a decisão das medidas cautelares "severas". [Leia a nota na íntegra no final da matéria]
Bolsonaro está no centro da crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos. Ao anunciar tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros, o presidente norte-americano utilizou entre as justificativas o que chamou de "caça às bruxas" contra o ex-presidente, que é réu no Supremo. Na quinta-feira (17), Trump publicou uma carta enderaçada a Bolsonaro na qual voltou a criticar a Justiça brasileira e exigiu o encerramento do processo de maneira imediata.
Jair Bolsonaro se tornou réu no Supremo em março, por atuação em uma suposta trama golpista que tinha como objetivo manter o ex-presidente no poder após derrota nas urnas para o presidente Lula (PT). No início desta semana, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu pela condenação de Bolsonaro com penas que podem chegar a 43 anos de prisão.
Veja a nota da defesa do ex-presidente na íntegra:
"A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário.
A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial".
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