Vídeo: Jerônimo Rodrigues anuncia abertura de sede da Apex na Bahia como medida contra tarifaço de Trump
Lançamento da unidade será feito no dia 18 de agosto; governador vai se reunir com o presidente Lula na próxima semana

Foto: Divulgação
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), anunciou nesta quinta-feira (31), a implementação de uma sede da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) no estado, como forma de lidar com os efeitos econômicos do tarifaço imposto pelo Estados Unidos.
Segundo Jerônimo, a sede do órgão do Ministério da Indústria e Comércio vai atuar de maneira regional, atendendo a Bahia e estados limítrofes, em busca de novos mercados. O lançamento está marcado para o dia 18 de agosto.
“A regra da economia diz que não devemos colocar todos os ovos em uma cesta só, então temos que buscar outros países para assim garantirmos exportação”, comentou o governador.
Na quarta-feira (30), o presidente Donald Trump assinou o decreto que eleva para 50% a tarifa sobre produtos brasileiros. A medida entra em vigor nesta sexta (1º). Um estudo divulgado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), prevê que a Bahia será o estado da região mais afetado pelas tarifas.
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Jerônimo anunciou ainda a realização de novas reuniões com o setor empresarial e representes de outros estados da região nordeste. Na próxima segunda-feira (4), o gestor se encontra novamente com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), com a qual criou um grupo de trabalho no dia 14 deste mês.
Posteriormente, na terça (5) e quarta-feira (6), o governador participa de encontros do Consórcio Nordeste, com a presença de governadores nordestinos, ministros e o presidente Lula (PT), para estudar soluções de maneira coordenada.
“Nosso desejo é que a gente consiga chegar em um status onde aja o ‘ganha ganha’ e o diálogo diplomático possa acontecer”.
A lista de produtos que não serão sobretaxados foi divulgada juntamente com o decreto oficial e inclui quase 700 exceções. No entanto, as frutas ficaram de fora, produtos que mais preocupam a Bahia.
Segundo a Sudene, os produtos mais impactados no estado devem ser o cacau (US$ 46 milhões), pneumáticos (US$ 42 milhões), além de óleos e frutas. A previsão é de que quase 77 mil toneladas de frutas brasileiras correm o risco de estragar ou de serem vendidas abaixo do valor de mercado. Os mais afetados serão os produtores do Vale do São Francisco, entre a Bahia e Pernambuco, que lidera o cultivo de frutas no país.
No dia 21 deste mês, Jerônimo já havia demonstrado preocupação com o cenário e chegou a citar a fabricação de mangas no norte da Bahia destinadas exclusivamente para os Estados Unidos. A fruta lidera a lista das que possivelmente serão perdidas, com 36,8 mil toneladas.
“Existe uma manga que foi produzida especificamente nos pradrões norte-americanos e o produtor disse ‘governador, é manga uva dirigida a um tipo de cultura, é possível que algum mercado queira, mas ela é dirigida com valor, casca, caroço, tudo desenhado para isso e agora, julho e agosto é o período da colheita, o que vou fazer?’”
De maneira geral, o Brasil estuda medidas a serem tomadas através de um comitê interministerial liderado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e Indústria, Geraldo Alckmin, com apoio dos ministérios da Fazenda, Relações Institucionais, Itamaraty e Casa Civil.
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Veja declarações de Jerônimo: