"Nunca vi esse nível de desrespeito e intromissão", afirma Celso Amorim sobre Tarifaço de Trump

Para o assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, os Estados Unidos não querem dialogar sobre as tarifas

Por Da Redação

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20/08/2025 | 17:30h

"Nunca vi esse nível de desrespeito e intromissão", afirma Celso Amorim sobre Tarifaço de Trump

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, disse, nesta quarta-feira, que o governo dos Estados Unidos não quer conversar com o Brasil sobre o tarifaço de Donald Trump, pois o presidente Lula (PT) respeita a independência entre os poderes no país. Ele ainda afirmou que o petista não vai ceder e que a soberania do país é inegociável.

"A soberania do Brasil é inegociável. Eles (os EUA) não querem negociar. Nunca vi esse nível de desrespeito e intromissão", afirmou Amorim, enquanto participava de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

Desde o último dia 9 de julho, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que as exportações brasileiras para o país norte-americano seriam alvo de uma sobretaxa de 50%, o Brasil tem enfrentado dificuldades para negociar com o parceiro.

Para Amorim, o tarifaço de Trump deixa ainda mais fragilizado o sistema multilateral de comércio. Ele afirma que as medidas dos Estados Unidos afetam o mundo inteiro.

"A ação unilateral de aumentar tarifas decreta o fim do sistema multilateral de comércio", pontuou.

Em resposta à oposição, que critica o governo Lula afirmando que ele se recusa a negociar, o assessor destacou que o diálogo tem sido buscado, porém, sem sucesso.

Ele lembrou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a marcar uma videoconferência com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent. No entanto, a reunião foi cancelada sem explicação.

Para minimizar os impactos do tarifaço no Brasil, o governo lançou, na última quarta-feira (13), o plano "Brasil Soberano", que conta com uma linha de crédito de R$ 30 bilhões, o diferimento de tributos federais para empresas impactadas e o incentivo a exportações.

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