Tarifaço: Jornal britânico diz que impasse entre EUA e Brasil "pode se agravar facilmente"

O jornal britânico Financial Times publicou um artigo nesta terça-feira (12) no qual define que "não há sinal de solução rápida" para o "confronto" entre os Estados Unidos e o Brasil. O veículo afirmou ainda que as tensões podem facilmente escalar. 

A questão já havia sido abordada pelo jornal, na segunda-feira (11), com uma entrevista de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. O deputado licenciado afirmou que Trump estuda novas sanções ao Brasil. 

O artigo "A disputa sem precedentes entre os EUA e o Brasil" aparece em destaque na página principal do Financial Times, com uma imagem de Trump com seu boné MAGA (Make America Great Again, "Faça a América grande de novo") e Lula com o boné "O Brasil é dos brasileiros".

Assinado por Michael Stott e Michael Pooler, o artigo destaca a resposta de Lula às demandas e imposições americanas, com "tarifas recordes" e "exigências para anular a Suprema Corte", que demonstrariam que não há sinais de que a situação se resolverá tão cedo.

"O impasse entre os EUA e o Brasil não será fácil de resolver — e pode facilmente se agravar. Trump se identificou pessoalmente com a situação de Bolsonaro. Lula não tem poder para interromper o julgamento, mesmo que quisesse, e vê vantagem política em enfrentar Washington”, disse.

The Economist

Reprodução

Já o também britânico The Economist, publicou dois textos falando sobre o tarifaço em sua página inicial, nos dias 7 e 8 de agosto. O veículo afirmou que as tarifas "são mais um latido do que mordida" e que não se traduzem em priorizar a América, slogan de Trump.

A coluna do dia 7 afirmou que no impasse com o Brasil, Trump está pressionando “um aliado de mentalidade independente e zeloso de sua própria soberania”.

O texto ressalta que, ao contrário do que Trump afirmou, os EUA têm superávit com o Brasil há mais de dez anos e que os exportadores brasileiros podem encontrar rapidamente novos mercados para commodities como carne bovina e café.

A publicação do dia 8 disse  que, mesmo antes das isenções, o impacto das tarifas de Trump na economia brasileira parecia provavelmente limitado.

"A maior economia da América Latina é relativamente fechada. Suas exportações representaram menos de um quinto do PIB no ano passado, em comparação com mais de um terço no México e mais de 70% em economias asiáticas abertas como Vietnã e Tailândia. O Brasil também é muito menos dependente dos Estados Unidos do que antes”.

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