Segurança no STF volta a ser reforçada em 1º dia de votos no julgamento da trama golpista; PF tem drones e ‘rota de fuga’ para ministros
Esquema inclui fechamento da Praça dos Três Poderes, uso de cães farejadores, pórticos de detecção de metais e monitoramento com drones de imagem térmica

Foto: Reprodução/ TV Globo
O Supremo Tribunal Federal (STF) mantém o mais alto nível de segurança nesta terça-feira (9), terceiro dia de julgamentos da trama golpista, que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os réus. Este é também o primeiro dia de votação dos ministros.
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O esquema inclui fechamento da Praça dos Três Poderes, presença da tropa de choque da Polícia Militar, do Bope e do COT da Polícia Federal.
A PF planejou possíveis rotas de escape para os ministros e mantém equipes de apoio para reforçar a segurança dos magistrados.
Além disso, o perímetro conta com instalação de novos pórticos de detecção de metais, reforço de viaturas e policiamento ostensivo no entorno do STF, com agentes da Polícia Judicial e de outros quatro tribunais deslocados para Brasília.
O esquema especial prevê ainda o uso de cães farejadores e drones de monitoramento com imagem térmica, capazes de varredura diurna e noturna, e maior controle de acesso às dependências do tribunal.
Quem transita pela Praça dos Três Poderes precisa passar por revista pessoal e de bolsas em barreiras montadas pela PM. As redes sociais também são monitoradas pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal que montou uma operação integrada com a Polícia Judicial do STF, para análise em tempo real de movimentações suspeitas.
O julgamento é considerado o mais importante da história recente da Corte por envolver, pela primeira vez, um ex-presidente acusado de tentativa de golpe de Estado.
A preocupação é ainda maior pela coincidência de datas com o 7 de Setembro, quando tradicionalmente há atos políticos em Brasília, já que o julgamento deve se estender até o dia 12.
Bolsonaro compõe o chamado “núcleo crucial” da trama golpista, grupo acusado de liderar e estruturar um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022. Além de Bolsonaro, os réus são:
• Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin;
• Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
• Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
• Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
• Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;
• Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022;
• Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência, que assinou delação premiada.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) os acusa de cinco crimes, julgados no STF: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.
Apenas Alexandre Ramagem responde a três deles (organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado), após decisão da Câmara que suspendeu parcialmente a ação contra ele.
O julgamento é conduzido pela Primeira Turma do STF, formada pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. As sessões estão previstas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.
O primeiro dia de julgamento foi marcado por falas de Moraes e Paulo Gonet em defesa da democracia e posicionamentos dos advogados de Mauro Cid, Ramagem, Garnier e Torres.
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